quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

É uma índia com colar
A tarde linda que não quer se pôr
...
O que está acontecendo?

O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou
...
Como um gatilho sem disparar

Você invade mais um lugar
Onde eu não vou
...
Sobe a lua porque longe vai?
Corre o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite
...
Quem nesse mundo faz o que há durar
Pura semente dura: o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou

O que você está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor, ôôôô...
O que você está dizendo?
Um relicário imenso deste amor
...

Pensando em beleza. Pensando em poesia em seu estado bruto e natural, contudo, ainda sim sublime e suave, penso numa Índia.
Não uma Índia específica, como também, não uma Índia qualquer.

Consigo visualizar esta criatura, em seu habitat. Consigo vê-la correndo por dentre árvores, consigo vê-la banhando-se em rios que refletem com exatidão sua beleza tribal.

Mas não posso, e devo dizer, nem ouso, descreve-la.

Apenas por que quero preservar seu anonimato e quietude.

Não estou fazendo uma homenagem a cultura indígena, mesmo sabendo que em meus sangue corre uma pequena parte de sua herança.

Não estou fazendo uma homenagem as mulheres de sua raça. Nem a sua beleza, nem nada genérico ou geral.

Estou escrevendo sobre uma Índia. Esta moça, de tão comentada beleza e graciosidade, não esta representando todas as demais, como diria um amante da especie. Não, de modo nenhum.

Ela esta representando a si própria, e aos meus sonhos.

Não posso me dizer um adorados da pele morena, um fanático pelos cabelos pretos.

Gosto dos olhos puxados, mão não gastaria da minha atenção por um outro par qualquer.

Mas estes olhos, esta pele morena, estes cabelos pretos que me incomodam.

O motivo, bem, sou descendente de portugueses, e já comentei que tenho uma certa quantidade de sangue nativo nas veias.

Talvez, não digo provável, apenas talvez, talvez, algum instinto ancestral seja despertado em mim.

Da mesma forma que algum remoto ancestral se encantou por uma beleza local, posso estar sofrendo desta mudança de gostos e paladares.

Não que seja ruim, longe de mim, até mesmo estas possuem seu encanto.

Mas, tal mudança de comportamento deve ser estudada e pensada.

Se hoje somos um país com 180 milhões de habitantes, é por que em dado momento de nossa história, homens como eu se encantaram por moças como estas. Fato. Consumado.

E posso atrever-me a dizer, que este fato foi consumado muitas e muitas vezes, nas praias e colinas, verdes relvas e encostas. Consumado em cabanas, choupanas, em cima de folhas de bananeiras e debaixo de coqueiros. E consumado, e consumado. Até a marca recorde de 180 milhões de brasileiros.



Escrevo por escrever. O que seria eu, se me deixasse levar pela música, e pelos meus próprios pensamentos?
Já que idéias tem Consequências, cuido do que penso. Mas escrevo do que gosto.

Com Amor

2 comentários:

Denise disse...

As feias que me perdoem, mas beleza de índia é fundamental. Hehehe....
Não é o primeiro nem o último a apreciar a beleza de uma índia. Rapidinho: Iracema, lábios de mel e cabelos negros como asa de graúna; Ci, mãe do mato. Paraguaçu; Potira. Fizeram estrago e marcaram a literatura.

Belíssima música - titio Nando Reis caprichou, né. Ótimo texto!!

Bjks

Cesar Ribeiro disse...

Ok ok ok...

Verdadeiramente, vc tem lá suas raizes indígenas... tanto quando eu mesmo...

Mas, infelizmente, devo dizer, não se tratou de uma homenagem, ou sobre alguma índia em especial...