terça-feira, 29 de abril de 2008

Escrevo sobre o que penso

Mesmo quando escrevo sem pensar

Penso que se pensasse para escrever

Acabaria não escrevendo sobre o que penso

Tenho pensamentos confusos

Pensamentos incompletos

Alguns tristes

Alguns felizes

E o mais engraçado, é que a grande maioria dos meus pensamentos é totalmente inclassificável.

Sim, tantas e tantas vezes, meu único pensamento é pensar sobre o realmente estou pensando.

Não se espantem.

Alguns de meus pensamentos, por mais insanos que pareçam, não são insanos, pois, eu como fonte destes pensamentos, não sou de todo insano.

Tampouco sou de todo triste, ou feliz, ou qualquer outra coisa.

Tão sem classificação como meus pensamentos, sou eu.

Quando penso sobre o que penso, penso também sobre mim

E descubro que por mais pense, que por mais tente, e por mais que queira

Não existe uma resposta, uma solução

Sou inclassificável

Sou apenas eu

E tudo o que posso dizer com certeza sobre mim

É que sou exatamente o que penso

Agora, o que eu penso? Bem, estou pensando nisso

E enquanto não descubro, escrevo

Escrevo sobre as idéias, idéias do Cesar

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Digo, e mesmo sem ter dito ainda, repito, portanto, digo e repito, isso para que o que for dito a seguir tenha realmente a força, a ênfase que é preciso que tenha.
Digo, e espero que fique muito bem dito, e ainda sim, caso seja necessário, repetirei.

Escrevi sobre mim, sobre minha angústia, sobre uma tristeza, que no momento em que escrevia, parecia encher todo o meu horizonte.
Escrevi sobre uma dor, real. Física.
Escrevi sobre o que estava sentindo, e o que imaginava que sentiria durante muito tempo.
Escrevi doente e doendo.
Escrevi pensando, e cada linha, via que a medida que aquela dor se derramava em palavras, ficava mais claro seu tamanho, sua extensão em mim.

E assim, escrevendo sobre uma dor que aumentava de acordo com que as linhas iam aparecendo, coloquei neste blog um poema, ou apenas versos, não importa, coloquei neste blog uma pequena revelação sobre mim.

Aos que se perguntaram, sim, chorei
Aos que se divertiram, sim foi ruim
A todos aqueles que encararam o texto de forma analítica, risos

Lembro daquela conversa que nós tivemos (sim, eu e você) sobre o amadorismo cretino dos escritores amadores.

Ah, nossa tristeza
Escrever sobre tristeza e melancolia é fácil, o difícil é escrever sobre as impessoabilidades (espero mesmo que esta palavra exista, mas mesmo que não, com um pouco de criatividade, e dentro deste contexto, fica fácil entender seu significado), enfim, escrever sobre estas impessoabilidades sim é complicado.
Por isso o mérito de homens como Fernando Pessoa, que conseguem escrever sobre defeitos, de uma maneira geral e completa, englobando numa unia descrição, todos entre o céu e a terra, e mais alguns ainda. Vinícius de Moraes, versos sobre... Construção?
Drummond de Andrade... Poesia que se inicia com “Que barulho é esse na escada?”, o que me leva a pensar, sim que barulho é esse? “É o amor que se acaba...”

Bom, eles escrevem, eu apenas me lamento
Eles criam arte com as palavras, eu consigo apenas exprimir de modo parco, o que penso e sinto...

Escrevo feliz, completo e amadoristicamente amador.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Estes Ventos, ventos Tristes

Sinto em mim o soprar dos tristes ventos
Sinto na pele a brisa fria dos tristes ventos
Respiro, um ar impregnado pela tristeza, sim os tristes ventos

Inspiro, espero, deixo ele me tomar
Prendo o ar, espero
Fecho os olhos
Ainda o sinto. Ao meu redor, dentro de mim
Os tristes ventos

Um leve bramido, um sussurro vazio
Tudo em volta em ar
Como fumaça, sim, fumaça
Como fumaça vejo minha vida se dissipar
Esse vento que me atinge, suave, leve, mas ainda sim, triste

Não existe medida para a tristeza
Não tenho como expressa-la
Posso apenas senti-la
Da mesma maneira que sinto o vento, o vento triste

Minha pele sente, meus pelos e poros
Todo o meu corpo o sente, invisível, alheio a minha vontade
E, apesar de não poder tocá-lo, nem pega-lo, ele esta aqui
Os ventos tristes me acompanham

Olho em volta, nada
Olha a frente, nada
Olho atrás, choro, tudo

Tudo, da maneira que deixei, ou melhor, da maneira que perdi

Perdi, e ganhei em troca, o toque deste vento, vento triste,
que me acompanha, que me leva...

Escrevo triste, com frio, com medo