terça-feira, 8 de janeiro de 2008




Lembranças

De pés descalços ando na areia.

Sinto a umidade gelada tocando meu rosto.

Uma leve e deliciosa brisa sopra do leste. Me sinto acariciado pelo seu suave toque.

Olho o horizonte, meu próprio azul infinito.

O céu reflete o mar? O mar reflete o céu?

O mar e o céu refletem essa incrível sensação?

Sinto-me vivo? Não

Sinto-me eu? Não

Sinto saudades. Muita, sempre, a cada segundo, a cada pulsar, a cada batida do meu coração.

Eu a amo. E não a tinha.

Eu a amo, e já a tenho.

Doces lembranças ficaram para trás.

Doces imagens se perdem na realidade.

Já não tenho o mar, nem as ondas.

Já não tenho a brisa suave.

Já não sinto a pele corar diante de tão majestoso Sol.

Mas a tenho.

Durante tanto tempo, eles foram meus cúmplices

Parceiros de lágrimas e dor.

Sentinelas da minha saudade.

Memoriais da minha dor.

Sua beleza, seus encantos, de nada adiantavam.

Dor é dor.

Não importa se é causada numa cela imunda ou na mais paradisíaca das paisagens.

Dor é dor, e minha dor me dói.

Ou melhor, doía.

Já não tenho dor, tenho amor.

Meu amor. Interno e externo.

Lembranças. Que fiquem onde estão.

Estou vivo, e a tenho.

3 comentários:

Jamille Lobato disse...

Pois é César, bem vindo ao clube dos que escrevem para aliviar a alma ou sei lá o quê.
Seus textos são polêmicos... bons!
Será que é o sangue?? rsrsrs Confeti!!!

Bjus

Cesar Ribeiro disse...

Poxa... Thanks...

Sabe neh, q meu blog é "O menos visitado"... esse confeti, eu pego do chão só pra juntar mais... kkk thanks querida...

Denise disse...

Dor que purifica, dor que engrandece.
Dor que ensina. Tudo isso deve ter uma razão, afinal. Ainda bem.